Não sou e nunca serei a favor de ingressos caros no futebol brasileiro. Até porque somos um país pobre, do ponto de vista econômico, nossos estádios não tem nenhuma estrutura e conforto, com raríssimas exceções, e os nossos jogos são de qualidade bem duvidosa. Até mesmo na série A.
Mas, em alguma situações cobrar alto nos valores dos bilhetes é até aceitável e compreensível. Veja o exemplo do Operário, que decide uma vaga na série B no domingo (26) diante do Santa Cruz, em Ponta Grossa. Na venda antecipada, a arquibancada custa R$ 100 e R$ 50, a meia. A partir da véspera da partida os valores sobem para R$ 120 e R$ 60, respectivamente.
Vale ressaltar que o Operário instituiu uma política de valores altos para incentivar o seu programa de sócio-torcedor e não abriu mão desta política em nenhum momento. Na primeira fase da série C, o ingresso de arquibancada custava R$ 80.
A política deu certo e o clube chegou em julho a cinco mil sócios-torcedores. Um número expressivo para quem tem um estádio para 8,8 mil torcedores.
Aí surge a pergunta: se o Londrina tivesse uma política parecida o seu programa de sócio-torcedor teria decolado? Pode até ser, mas não acredito. Sou contra a política de preços altos. Ainda mais para quem tem um estádio, com o Café, que comporta 32 mil pessoas.
Até por tudo que aconteceu nos últimos anos com os seus programas de fidelidade, o Londrina deveria esquecer totalmente qualquer iniciativa similar e focar em preços populares para fazer o torcedor voltar ao Café.
É melhor ter dois mil pagantes a R$ 50 ou 10 mil a R$ 10? A resposta é elementar. Além do ganho esportivo, com mais gente no estádio você consegue faturar muito mais com venda de bebidas, alimentos, produtos oficiais, estacionamento e tantos outros. Acredito que não seja tão difícil chegar a esta conclusão.