Em um futebol cada vez mais negócio, cada vez mais caro e competitivo, é difícil de imaginar que um clube fique um mês sem jogar em meio a temporada. Pois é, mas no futebol paranaense isso é uma realidade, por mais incrível que pareça.
Confesso que já analisei todas as possibilidades possíveis para entender os motivos da Federação Paranaense marcar apenas para o dia 10 de março o início do segundo turno do Estadual. Não encontrei uma justificativa plausível. Talvez o pessoal queira emendar o final de semana do carnaval e curtir uma praia.
Dos 12 times que jogam o Paranaense, oito atuaram pela última vez no domingo (10) e só voltam a campo no fim de semana dos dias 9 e 10 de março. Ou seja, serão 28 dias sem nenhuma partida oficial. O campeão do primeiro turno será conhecido no dia 24, mas o campeonato só será retomado duas semanas depois.
Para clubes mais estruturados e que disputam outras competições, como Atlético, Londrina e Paraná Clube, a inatividade causa menos problemas e prejuízos. Mesmo sabendo que os clubes só faturam quando entram em campo.
Agora imaginem equipes como Rio Branco, Cascavel CR, Maringá, Cianorte que têm apenas o Estadual para jogarem neste momento. Ficarão um mês sem aparecerem, sem jogarem, sem exporem as suas marcas, sem vender nada, sem arrecadação e ao mesmo tempo tendo que bancar todas as despesas normais da manutenção do elenco e do clube. Quem paga a conta? E, pior ainda, como pagar a conta?
O Campeonato Paranaense vem perdendo ano a ano importância, relevância e audiência, também devido a regulamentos e fórmulas esdrúxulas. Alguém aí lembra do super mando?
Tecnicamente, o Estadual perde qualidade há anos em razão do pouco dinheiro que circula no nosso futebol. E isso gera uma roda gigante sistêmica: clubes pobres, equipes ruins, pouca torcida nos estádios, baixo interesse, baixa audiência, poucos patrocinadores, clubes pobres, equipes ruins...e por aí vai.
Só quem pode mudar este cenário são os clubes, mas me parece que há pouco ou nenhum interesse dos nossos dirigentes em se unirem e buscarem alternativas para ressuscitar o nosso futebol. Mas há uma esperança. Em março, tem eleição presidencial na FPF e, a partir daí, tudo será diferente. Ou não, né!