Nenhum dos 16 clubes que disputaram a Copa da Primeira Liga merecem tanto este título como o Londrina. O alviceleste foi um dos poucos que valorizou a competição desde o início e que visualizou nela a possibilidade de conseguir projeção nacional.
O mesmo merecimento se aplica na decisão desta quarta-feira (4) no estádio do Café. O LEC foi sempre melhor que o Atlético Mineiro e esteve sempre mais perto do gol. O alviceleste poderia tranquilamente ter vencido no tempo normal, que terminou em 0 a 0.
Mas, a conquista nos pênaltis trouxe ainda mais dramaticidade para a sofrida torcida azul e branco - 17 mil torcedores que cantaram o jogo todo - e, no fim, acabou valorizando ainda mais o título e evidenciando pontos fortes do time.
O Londrina teve uma aplicação incrível - onde estava a bola havia pelo menos dois londrinenses -, esteve bem posicionado, jogou com velocidade, fez o Galo temer perder o jogo e anulou suas principais peças. O Londrina nunca deixou de acreditar que era possível. E nem a torcida.
Robinho, Fred, Elias, Cazares e Valdívia tiveram atuações discretíssimas, muito mais pela forte marcação alviceleste do que qualquer outra coisa. Para compensar ainda mais, o LEC teve apresentações gigantes como de Dirceu e Edson Silva, Negueba, Jardel, Jumar e Lucas Ramon.
O Londrina estava tão preparado para ser campeão que teve 100% de aproveitamento nas cobranças de pênaltis, assim como havia acontecido diante do Cruzeiro. Jumar, Ayrton, Edson Silva e Dirceu foram perfeitos. Negueba nem precisou bater.
E César foi um monstro mais uma vez. Defendeu duas das quatro cobranças do Galo - Fábio Santos e Robinho marcaram e Clayton e Rafael Moura desperdiçaram.
Contando a semifinal e a final, César pegou cinco das nove cobranças contra o Londrina. Uma performance espetacular de um goleiro que com apenas 21 anos escreve seu nome na história do clube. Será uma pena, mas logo ele vai alçar voos maiores.
Muitos vão dizer que a conquista não tem tanta relevância assim e até podem ter alguma razão. Mas, não dá para não valorizar uma competição que contou com forças como Flamengo, Fluminense, Atlético, Cruzeiro, Grêmio e Inter.
Pode comemorar torcedor alviceleste. O Londrina é sim campeão nacional pela segunda vez e volta a pintar o Brasil de azul e branco depois de 37 anos.
Este Londrina já está na história do clube e do futebol brasileiro. E é bom demais saber que a história está sendo construída no nosso tempo e ao alcance dos nossos olhos e das nossas mãos. Parabéns e obrigado LEC!