O goleiro César se despediu do Londrina na última semana. O jogador se apresentou na segunda-feira (18) ao Estoril, que vai jogar a segunda divisão do Campeonato Português na temporada 2018/2019.
Com contrato renovado com o LEC até o fim de 2020, o goleiro foi por um empréstimo de um ano ao time de Portugal, que é conhecido como a porta de entrada de muitos jogadores brasileiros. É uma espécie de trampolim para os médios e grandes clubes europeus.
Aos 23 anos, César fez 55 jogos com a camisa do alviceleste e foi um dos destaques na campanha da série B de 2017 e o grande nome do time na conquista da Copa da Primeira Liga. Por isso, o jogador sai do LEC até a contragosto da direção e deixando muita saudade na torcida.
Em entrevista ao Blog, César falou sobre a oportunidade de abrir as portas no futebol europeu, os bons momentos vividos no LEC e o sentimento de gratidão pelo carinho da torcida alviceleste.
Como surgiu a negociação com Portugal?
Foi tudo meio rápido e surgiu há três semanas. O Estoril vinha conversando com o meu empresário desde maio, mas a proposta real veio a questão de três semanas. Até então estava voltando de lesão, em uma fase de transição e comecei a ficar á disposição do Marquinhos (Santos) e veio está proposta. Sentamos, conversamos e chegamos a conclusão que seria boa a oportunidade de jogar fora do país.
O Estoril hoje é um time que está na segunda divisão do futebol português. O que te convenceu a ir?
Foi realmente a questão da oportunidade. Eu acho que é o sonho de todo atleta jogar fora do país e quando apareceu a oportunidade eu estava até meio com receio. Depois conversando com alguns amigos, jogadores cheguei a conclusão que vai ser uma oportunidade boa para demonstrar o meu trabalho. Eu acho que eu não tenho muito coisa a perder e acredito que vai dar tudo certo e a minha expectativa é sempre a melhor possível.
Na sua carreira as coisas sempre aconteceram muito rápido. Há um ano você começou a ter a oportunidade para jogar no Londrina, fez uma grande série B, veio o título da Copa da Primeira Liga e agora esta oportunidade para sair do país. Se considera pronto para aproveitar esta chance?
Você realmente tem razão e na minha carreira aconteceu tudo muito rápido mesmo. Ingressei na base do Londrina em 2014 e não joguei. Sempre fiquei na suplência. Em 2017, a oportunidade caiu no meu colo com a saída do Marcelo Rangel e a contusão do Alan. A oportunidade veio e eu tinha que agarrar. Esses anos todos na suplência eu sempre fiquei treinando todos os dias e isso me fez ficar preparado e capacitado. Não tinha ritmo de jogo, nem tanta experiência ainda mais em uma série B. Mas, eu tinha que estar preparado. Acredito que esta chance fora do país me dará experiência. Quero fazer um bom papel lá, abrir mercado e quero que as pessoas de fora conhecem também quem é o César goleiro.
O gestor Sérgio Malucelli não queria a tua saída até por aquilo que você construiu no clube e pelo o que ainda poderia fazer por aqui?
Eu fico muito feliz em ver este tipo de gratidão tanto por parte da comissão técnica, da diretoria e dos torcedores também. Fico feliz pelo que construí, pelo que o ano passado me proporcionou. Só que a vida do atleta é assim, quando aparece uma outra oportunidade, se ela for positiva, o atleta tem que conhecer novos ares, quer respirar um ambiente diferente. O Londrina é um clube que me abraçou, me deu uma oportunidade muito boa e por isso tenho que só agradecer por tudo que aconteceu comigo aqui. Saio pela porta da frente, de cabeça erguida e pode ter certeza que se um dia precisarem de mim, estarei aqui para ajudar.
Você passou por uma cirurgia no joelho este ano. Já está totalmente recuperado?
Eu já estava apto a realizar partidas pelo Londrina há quase um mês e meio. Fiz uma artroscopia, que é uma cirurgia teoricamente mais tranquila. Eu me sinto melhor que antes, já que estava jogando com dor, à base de medicamentos, que é prejudicial para a carreira. E por isso optamos pela cirurgia e graças a Deus deu tudo certo e hoje o meu joelho não me incomoda mais.
Como foi a despedida da torcida?
Encontrava as pessoas nas ruas e elas me perguntavam se tinha dado certo a minha saída, a negociação. E pelas redes sociais também. Sempre passei tudo as claras porque eles merecem uma satisfação, porque apoiam e torcem. Todo este carinho é sempre muito positivo e me dá um ânimo e gás a mais chegar lá bem e desempenhar meu papel. É inevitável o sentimento de gratidão que fica no meu coração por tudo que aconteceu e os momentos bons que tivemos juntos.