Após o último jogo de Claudio Tencati a frente do comando do Londrina, em 25 de novembro do ano passado, o narrador e jornalista Fiori Luiz afirmou: 'O Londrina vai voltar ao tempo de ter três, quatro técnicos por ano'. Chegamos ainda a metade da temporada e o clube anunciou nesta quinta-feira (28) o seu terceiro treinador no ano. Poucos conhecem tão bem o LEC como o Fiori.
Marquinhos Santos deixou o Londrina por dois motivos. O primeiro e principal foi pela proposta financeira. Infelizmente o LEC não tem condições de brigar com quase ninguém para segurar um jogador ou treinador. O São Bento tem mais dinheiro para oferecer ao treinador.
O segundo é que Marquinhos já não se sentia mais tão confortável no comando da equipe e tinha certeza que se não conseguisse uma arrancada dificilmente ficaria até o fim da série B. Já não era uma unanimidade no clube e isso ficou claro após a derrota para o Goiás, quando alguns da direção de futebol queriam a sua saída. E esta posição foi passada ao treinador. Marquinhos, então, uniu o útil ao agradável. Claro, que para ele, obviamente.
Reconheço que esperava mais do trabalho do treinador, pela sua capacidade e histórico. Mas, reconheço também que falta qualidade ao elenco e isso também pesou na decisão de sair. Ainda mais quando observou a dificuldade do clube em qualificar o grupo. Santos já não acreditava mais que este elenco poderia dar muito mais do que demonstrou até aqui.
Marquinhos Santos ficou apenas 113 dias no comando do alviceleste e dirigiu 17 partidas. Aproveitamento baixo de 45%. Não vai deixar saudades na torcida alviceleste.
O que mais chamou a atenção da direção do Londrina foi a forma como o treinador comunicou a proposta do clube paulista. Como estava em viagem à Fortaleza, para uma audiência trabalhista, Santos mandou uma mensagem via WhatsApp ao gestor Sérgio Malucelli, às 6h da manhã, desta quinta-feira, informando da oferta do São Bento.
Sérgio Soares, o escolhido pelo clube, tem perfil completamente diferente. É mais enérgico e disciplinador. Porém, difícil lembrar de um trabalho longo e vencedor do treinador. Uma exceção foi com o Santo André, vice-campeão paulista em 2010. Com o mesmo Ramalhão, este ano, fez a pior campanha do Paulistão e foi rebaixado.
Me recordo de dois trabalhos de Soares onde ele tinha, na teoria, condições de realizar uma grande campanha. Em 2016 no Ceará e no ano passado no Goiás. Dois times com grandes investimentos na série B, mas que o treinador não conseguiu chegar até o fim.
Que o técnico seja mais feliz por aqui e que ele tenha sorte porque vai precisar. Primeiro para conseguir fazer o time ter um padrão de jogo e segundo para se manter no comando até o fim do ano.