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Jogos assim são eternos

03 set 2017 às 22:14

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César defendeu três pênaltis e garantiu o LEC na final da Primeira Liga - Gustavo Oliveira/Londrina Esporte Clube
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A classificação do Londrina diante do Cruzeiro foi construída com um enredo que só o futebol pode proporcionar. A passagem para a final da Primeira Liga já está na galeria das grandes partidas da história do alviceleste.

Nem um outro esporte pode mexer com tantas pessoas ao mesmo tempo e proporcionar tantas emoções diferentes em tão pouco tempo. Sensações que arrastaram 17 mil pessoas em uma manhã ensolarada e quente ao estádio do Café. Um dia de céu lindo. De céu azul celeste.

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Em um intervalo de pouco mais de duas horas se viu esperança, expectativa, sonho, realidade, tristeza, sorriso, decepção, choro, alegria, emoção, comoção, beleza, magia, êxtase, realização, felicidade geral e unânime.

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Este time ainda não ganhou nada, mas a classificação épica já está ao lado de momentos inesquecíveis como aquele do primeiro título estadual, em pleno Couto Pereira, do pacto de Goiânia, da batalha de São Januário, do massacre contra o CSA, dos clássicos do Café em 1981 ou da virada espetacular em 2014.

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Um time que jamais se acovardou e acreditou como nunca. Que se agigantou diante de um gigante e que transformou uma competição sem interesse e desacreditada em uma chance de reencontrar o caminho na temporada e de encontrar novamente com a sua gente. O ano não será mais o mesmo depois deste domingo 3 de setembro.


Uma torcida que muitas vezes é maltratada e desrespeitada, mas que nunca se furta quando é chamada e desafiada. Uma torcida que mostrou que jamais será possível conquistas épicas como esta sem a sua presença. Um time que se afasta do seu povo, perde a sua essência. A torcida inverteu este caminho neste domingo.

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Uma torcida que confiou mesmo quando perdia por 2 a 0 aos 36 minutos do segundo tempo. Uma torcida que cantou como nunca e no fim sorriu como há muito não se via e soube reconhecer os seus heróis.


Heróis que só o futebol pode transformar em questão de minutos. Ah César, tão criticado e contestado. Soube esperar a hora sagrada dos pênaltis para jamais sair da memória do torcedor alviceleste.

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Ah César, você tem no sangue o DNA alviceleste para formar santos. Inspiração não lhe falta desde Zeferino Pasquini, Ado, Neneca passando por Carlão, Danilo e Vitor. Pegar três pênaltis em uma decisão é para poucos iluminados.


O que falar de Safira, que ainda está longe de ser uma pedra preciosa lapidada, mas que precisou de pouco tempo para fazer um gol e arrumar um pênalti, que colocaria o Cruzeiro na lona. Teve a sua manhã de Artur, como naquela virada épica em 2014. Assim como Rei, está na história.

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E o capitão Germano, que com a frieza de poucos, cobrou tão bem dois pênaltis, em momentos tão decisivos, que transformou a agonia das penalidades em um instante para se apreciar e saborear.


Um time que suou sangue e chorou as lágrimas dos bons combatentes. Colheu os frutos do trabalho e recebeu o reconhecimento da massa azul e branca. Se o ano tivesse acabado hoje ninguém reclamaria de nada. Foi possível viver tudo em um único jogo. E jogos assim não acabam nunca, são eternos.


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