Apesar da demora e de um certo mistério, o Londrina confirmou o que quase todo mundo já esperava: Roberto Fonseca está de volta ao clube pela quinta vez e depois de dois anos da última passagem. Pelo menos em termos de aceitação pública, o LEC acertou. Grande parte da torcida alviceleste queria o treinador de volta.
O Londrina acerta também em trazer de volta o técnico pela sua capacidade de trabalho, de gestão de grupo, de conhecimento da série B e também por ter uma relação muito próxima com o clube, a cidade e a torcida. No atual momento, não era prudente apostar em um nome completamente novo. Não haveria tempo e nem paciência para isso. Nem da torcida e muito menos do clube.
Fonseca retorna principalmente pelo que fez em 2018, quando assumiu um time quase rebaixado para brigar pelo acesso até a penúltima rodada. Diante disso, se esquece da passagem relâmpago em 2019, quando pediu para sair após apenas um jogo. Por justiça, a saída não foi apenas responsabilidade dele. O clube não cumpriu a sua parte e o treinador anteviu o futuro. No final do ano todos sabem o que aconteceu.
Fonseca volta em uma situação bem diferente. Tem o apoio popular, mas terá que reconstruir um elenco, que tem a base que subiu na série C e, portanto, é limitado para a série B, que promete ser a mais difícil e equilibrada dos últimos anos.
Terá que usar muita criatividade e todo o seu conhecimento do mercado para buscar reforços de qualidade. Mas para isso, terá que conciliar um orçamento enxuto e limitado e ainda lidar com os constantes salários atrasados, tônica no clube desde o ano passado. Não poderá errar nas peças para poder ter um time competitivo e continuar com o respaldo da torcida.
Tem experiência e capacidade para isso. Monta times muito fortes defensivamente e que apostam no futebol reativo. Talvez seja o caminho para o Londrina, que não terá grandes investimentos. Foi assim em 2018. Mas lá tinha Dagoberto, que resolvia na frente. Agora não tem.
Fonseca terá que usar toda a sua qualidade e vivência até para não se transformar em mais uma vítima da roleta russa que se tornou o Londrina em relação a técnicos nos últimos anos, desde a saída de Claudio Tencati.