A polêmica e a repercussão do gol de braço do centroavante Jô obrigou a CBF a tomar uma atitude urgente e determinar o início da utilização do árbitro de vídeo no Campeonato Brasileiro a partir da próxima rodada.
Analiso a decisão da CBF por dois lados. Já passou da hora de se usar a tecnologia no futebol e o AV é um avanço, além de ser extremamente fundamental em um esporte cada vez mais competitivo e milionário.
O futebol não pode ficar alheio a evolução e continuar acreditando que é melhor viver em cima de polêmicas e dúvidas porque é isso que mexe com o imaginário do torcedor e torna o futebol apaixonante.
O que me preocupa é a obrigação de usar esta tecnologia do dia para noite e em uma competição já em andamento. A CBF sempre alegou que ainda não havia implantado o AV por causa do custo. Estima-se que seriam necessários R$ 12 milhões só para implementar na série A.
Da noite para o dia a CBF já encontrou dinheiro suficiente, como se dinheiro fosse um problema para a CBF. A questão é que não houve um treinamento suficiente dos árbitros para lidar com esta tecnologia. Apenas quatro árbitros brasileiros fizeram algum treinamento ou participaram de competições experimentais com o uso do AV.
O uso da tecnologia tem tudo para tornar o futebol mais justo e honesto, mas usá-la no afogadilho pode colocá-la em dúvida perante toda a sociedade esportiva. O risco é muito grande. Uma solução inteligente pode virar a nova vilã do mundo da bola.
A CBF vai fazer como quase tudo que acontece no Brasil. Colocar em prática uma ideia sem a devida preparação, planejamento e treinamento. Vão tentar acertar os detalhes com o projeto em andamento. Até quando acerta, a CBF erra.