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BELA MANCHETE

Medo da pandemia e ansiedade generalizada são relatados comumente nas redes sociais

Emily Müller
28 jan 2022 às 13:51

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Venha saber como identificar se o medo e ansiedade que vem sentindo após a chegada pandemia está prejudicando diretamente sua rotina


 Mesmo após o ano de 2021 ter sido tempo da disseminação de vacinas, e da criação de medicamentos para o combate ao covid-19, e variantes, os brasileiros, ou melhor, as pessoas de todo o mundo, se encontram em zona de incerteza!  Será que a pandemia do Covid-19 fará parte do passado em algum momento? Será que os eventos sociais serão restringidos cada vez mais? O que posso considerar normal a partir de agora? Devo sair de casa ou devo evitar?

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 Nós do Bela Manchete fomos conversar com a psicóloga e especialista no tratamento de transtornos de ansiedade e problemas de relacionamento, Cristina Okamoto, e com a criadora do Movimento Evolução Pulsante, a farmacêutica e especialista em Desenvolvimento Humano, Laís Mendes para que abordemos os receios e medos que integram o dia a dia de muitas pessoas desde a chegada da pandemia! Afinal, quem não torce para 2022 seja um ano de saúde e paz interior?

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 “ Medo é um estado emocional humano e que pode ocorrer em alguns momentos diante de situações ameaçadoras. O medo tem uma função importante no organismo e nos protege, nos fazendo agir de modo mais cuidadoso diante situações de perigo. Porém, se esse medo estiver ocorrendo com muita frequência a ponto de gerar muito sofrimento, é preciso ficar atento e buscar ajuda”, frisa a psicóloga Cristina em relação ao medo da pandemia de Covid-19, relatado por tantas pessoas.  

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 Já a farmacêutica, Laís, relata que devemos também encarar o hoje , ter consciência do que podemos fazer para que o medo da pandemia e demais situações, não domine. “Sentir medo de outras doenças surgirem, não faz sentido. O que faz sentido ao meu entender é viver uma situação de cada vez, não sofrer por antecipação. O que a gente precisa fazer, é fazer o nosso agora ficar cada vez melhor. Eu falo que quando a gente está em um lugar, devemos pensar: “o que eu posso fazer para deixar esse ambiente ainda melhor do que eu encontrei, e isso se estende à nossa mente. Hoje eu não estou bem, então o que posso fazer para me sentir melhor?”.

 Por meio de uma rede social, a equipe do Bela Manchete recebeu algumas mensagens sobre o abandono da leitura e do acompanhamento de notícias sobre a pandemia para evitar a ansiedade em relação à pandemia. E ao serem perguntadas sobre tal prática, as profissionais entrevistadas, indicam que as fontes sejam selecionadas, porém, que não haja abandono do hábito de se informar. “Estamos vivendo em uma época, na Era da Informação. E é muito importante para nossa saúde mental, filtrar tudo aquilo que entra no nosso sistema. Pois tudo aquilo que a gente absorve começa a “fazer parte da gente”. Com isso, temos essa reação de evitar certas informações. Porém, não podemos nos alienar. Devemos estar por dentro do que acontece, mas sempre fazendo um balanço do que consumimos de informação e do que vivemos. E assim, fazer um consenso pessoal de saber o que é preciso, e avaliar tudo o que se absorve para não sofrer”. 

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 E Okamoto, destaca a necessidade de slecionar de forma intensa as fontes para informação. “Entendo a fadiga gerada já por tanto tempo de pandemia. Para se manter informado nesse período e de forma menos estressante, uma forma é selecionar apenas algumas fontes confiáveis e evitar fontes duvidosas (como muitas que chegam via aplicativo de mensagem ou rede social). Algumas fontes para poder se embasar são o Ministério da Saúde, o qual tem site, perfil verificado no instagram e no twitter; e a Organização Pan-Americana da Saúde’.

 Outra questão que gera dúvidas e conflitos internos, é questão da vida social. O que é adequado, moral ou imoral no que diz respeito ao dia a dia das pessoas atualmente. É comum nos perguntarmos hoje em dia, o que podemos fazer , qual programa devemos aderir... De acordo com Okamoto, devemos nos atentar às recomendações da Organização Mundial da Saúde. “ O que recebemos de orientações na área da saúde, até o momento, é de que diante o agravamento na transmissão do vírus da COVID-19, quanto mais ele circular por meio da movimentação das pessoas, mais oportunidades terá de sofrer mutações. Então, o que podemos fazer para proteger a nós mesmos e aos que estão ao nosso redor, é reduzir o risco de exposição a esse vírus e nos vacinar com todas as doses necessárias, conforme o esquema de vacinação; continuar usando máscaras; manter a higiene das mãos; sempre que possível manter-se em ambientes ventilados; reduzir ao máximo o contato próximo com muitas pessoas principalmente em espaços fechados. Sair de casa mantendo esses cuidados, pode ser uma forma de manter-se em equilíbrio entre o que faz bem a si e ao coletivo”. 

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Já Laís Mendes,lembra que precisamos nos atentar muito ao julgamento do moral ou imoral. “É interessante este momento que estamos vivendo., Vemos muitos julgamentos, apontamentos. Mas o que realmente é benéfico e moral é “ falar e fazer”. Temos que ter atitudes conscientes, condizentes com o momento, mas parar de julgar. Se eu tenho consciência que certas atitudes podem causar o mal e eu faço mesmo assim, isso é imoral. E moral é quando que sua ação pode gerar um dano, então, consciente você não faz! Cada um tem que ter sua consciência, parar de apontar o outro. É difícil parar de ter vida social, mas precisamos pensar no outro”.

 A psicóloga Cristaina Okamoto salienta, que grande parte de nossa ansiedade vem também do estresse,da necessidade de ser produtivo. “Culturalmente, somos muito estimulados a ser produtivos. E é comum no meu consultório ouvir de muitas pessoas que ao descansar sentem culpa, pois necessitam estar se sentindo produtivas o tempo todo. Um exemplo, há quem tem seu dia de folga numa quarta-feira à tarde, após extenso plantão, mas que sente vergonha de ir caminhar no lago por receio de ser julgado por não estar trabalhando naquele horário. Desse modo, é preciso um exercício pessoal intencional em se permitir descansar e relaxar, estar presente de modo inteiro e sem autojulgamento, para que possa posteriormente dar o seu melhor no momento de trabalho. Pausas diárias de autocuidado, mesmo que pequenas, mudam bastante nossa capacidade produtiva e nosso bem-estar. Algumas práticas que podem ajudar bastante são exercitar o corpo, meditar, realizar atividades prazerosas como cozinhar, dançar, cantar, ler, dar um passeio, encontrar com pessoas queridas de modo seguro, fazer atividades divertidas e relaxantes com a família,  tudo isso em equilíbrio gera um senso de vida muito mais prazeroso. Caso a pessoa sinta que não consegue estabelecer essas práticas, ou mesmo, não consegue relaxar ou descansar, é preciso buscar ajuda, pois, isso é possível de ser mudado com um(a) boa profissional da Psicologia que vai prezar pelo seu bem-estar e sucesso pessoal”.

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 E Laís, criadora do Evolução Pulsante acrescenta que precisamos buscar consciência do agora. “ A ansiedade nada mais é que “excesso de futuro”, medo do que estar por vir, e é muito importante a gente viver o agora. E além disso você pode desenvolver um estado depressivo, focar e remoer o que passou, algo quem alguém fez. Então, acredito muito no estilo mindfulness, que é o estado mais presente, focado no agora. E nesta etapa da vida, em que estamos vivendo tantos desafios, precisamos buscar por ações que tragam mais paz. Se pergunte, o que posso fazer agora que vai me trazer mais paz”.

 A psicóloga Cristina listou para gente, o que devemos analisar para sabermos se é hora de procurar ajuda profissional. “Uma boa forma de notar se precisamos de ajuda profissional é verificar se há maior frequência, duração e/ou intensidade de reações no organismo que estão gerando algum mal-estar. Dentre essas reações estão a ansiedade que pode estar ocorrendo em excesso, a preocupação frequente, angústia, medo constante, mudança no sono e/ou no apetite, oscilação de humor, baixa concentração, dificuldade em se socializar, fadiga (que é diferente do cansaço, em que ao acordar não se sente energizado, tem mais dificuldade de se recuperar e se sente cansado com frequência). Esses são alguns dos sinais importantes para que se busque ajuda. O quanto antes fizer, mais rápido de resolver e retomar uma boa qualidade de vida”

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E como última pergunta para as profissionais entrevistadas, levamos em conta a fala de uma amiga que se sente em estado de alerta, desde o início da pandemia. Fernanda Oliveira Godoy, contou mais de uma vez, como o medo tomou conta de sua rotina e de como ela sentiu intensamente alguns sintomas do covid-19, sem nem saber se havia sido contaminada. “O modo de pensar e agir diante as situações muda bastante o resultado. Sem dúvidas, a maior parte das pessoas desejam manter-se livre do COVID-19 e de seus possíveis sintomas. Mas caso ocorra de ser diagnosticado com o vírus em seu organismo, desesperar-se nesse momento pode até acontecer. Uma postura que pode ajudar nesse momento é procurar respirar, saber que está tudo bem se sentir assustado nesse instante, buscar recuperar sua calma e conversar com alguém confiável para focar-se apenas no que está ocorrendo nesse momento. Lembrar-se que o melhor a se fazer agora é procurar ajuda médica e seguir o tratamento conforme prescrito. Se for recomendado manter-se em casa, durante esse tempo busque respeitar bastante as necessidades de seu corpo. Descanse, se alimente bem, tome a quantidade de água que o seu organismo precisa para um bom funcionamento”, reforçou Cristina.

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 E Laís, criadora do Evolução Pulsante lembrou que nossos pensamentos, nosso estado de medo pode realmente reforçar situações. “ Uma das minha formações é em Medicina Germânica, então faço muito essa leitura de como os nossos sentimentos são relacionados com os sintomas que o corpo apresenta, né. Então o medo de adoecer, de morrer, até mesmo de uma variante, isso tudo atrapalha nosso bem-estar. A gente deve alimentar pensamentos que nos deixam bem. Todo mundo sabe, no final das contas, o que deve fazer, como praticar exercícios, acordar mais cedo. Penso que focar em coisas que devemos fazer, como cuidar da saúde, nos desperta muito mais para o positivo, que pensar demais no que pode acontecer, no que será no futuro. Assim, seremos mais conscientes e estaremos mais em paz”.


 E aí, conseguiu analisar se você está em estado de ansiedade, se precisa de ajuda de um profissional? Leia a matéria, releia e nos conte se ela te ajudou, se foi de fato uma Bela Manchete.

 Mande sua sugestão de pauta para @belamanchete .

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