O pessoal estava animado. Qualquer um que fosse perguntado tinha a resposta pronta. O Japão ganha da Costa do Marfim e ponto final. Não vi nem ouvi ninguém achar que poderia ser diferente. Os "profissionais" da TV enchiam a bola da seleção, falando que os últimos amistosos mostravam que o time estava ganhando uma identidade. Os analistas preferiram ficar cegos para os pontos fracos da equipe (toda equipe tem pontos fracos) e assim levaram uma multidão de torcedores, muitos deles sem conhecerem sequer com quantos jogadores se inicia uma partida, ou seja, completamente leigos.
Assim foi desde o último amistoso contra Zâmbia onde o time japonês mostrou uma fragilidade defensiva de doer. Levou 3 gols de uma equipe fraquinha, perdeu no quesito resistência física e mostrou seus zagueiros fracos nas bolas aéreas.
Bem, o jogo começou e o pessoal ficou empolgado. O gol de Honda cegou ainda mais os "comentaristas" e alguns já diziam que passar da chave de grupos não seria muito difícil. Aí chegou o segundo tempo, o time japonês começou a fraquejar, ficou sem pernas e pulmão. O capitão Hasebe saiu para a entrada de Ando e o time desandou, porque o volante do Gamba Osaka é paradão e só joga com a bola nos pés. Não foi nem falar também que já é veterano, talvez o mais velho do grupo.
Nagatomo não marcava e também não era uma opção ofensiva. Pelo seu setor saíram os dois cruzamentos que selaram a partida. O lado esquerdo dos "Samurais Blues" era limpa e aberta, por ali é que ficavam os principais atacantes africanos. Gervinho e Drogba exploraram esse setor e ficaram lá até o apito final.
Após a derrota houve um silêncio constrangedor nos profissionais da TV, parecia que eles não sabiam o que falar, não sabia por que passaram a semana inteira dizendo muitas bobagens, coisas de quem possui pouca experiência e muito de prepotência. Agora é correr atrás do prejuízo contra a Grécia que não vai deixar barato outra derrota, já que tomou uma vareio da Colômbia.
Acho que da próxima vez até os torcedores serão diferentes.

Torcida japonesa