Conheci algumas pessoas que se naturalizaram japonês. Acham que é melhor ter o passaporte nipônico, que dizem ser mais respeitado em vários países do que o brasileiro. Apresentaram uma infinidade de documentos, comprovaram renda e trabalho, passaram por entrevistas e esperaram em média um ano e meio.
A naturalização é permitida para as pessoas que vivem no Japão há mais de 5 anos consecutivamente. Não vale ficar por aqui dois anos, retornar ao Brasil para passar férias e retornar para cumprir os três anos restantes.
Dizem que os agentes responsáveis por analisar os documentos são rigorosos e que muitos são orientados para persuadir o candidato a desistir do processo. Como não podem falar isso claramente, solicitam documentos e mais documentos, dificultam no que podem até a pessoa achar que não vale tanto trabalho.
Lí recentemente uma matéria mostrando os passaportes que mais permitem viajar pelo mundo, e o japonês estava em quarto lugar, permitindo acesso à 155 países, juntamente com a Áustria, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Itália e Coreia do Sul.
O passaporte brasileiro permite entrada livre em 143 países, segundo a consultoria Henley & Partners, que produz anualmente a lista dos passaporte mais valiosos do mundo.
Em relação ao tratamento que recebem os que possuem passaporte japonês e brasileiro, sou obrigado a confessar que os japoneses são melhores recebidos em vários países da Europa, Estados Unidos e Canadá. Tenho também algumas idéias das razões e motivos dessa diferença de tratamento, mas não é o caso de ficar discutindo isso aqui no blog.
Acho que a maior vantagem de conseguir a nacionalidade japonesa é conseguir os benefícios que alguns órgão do governo dão apenas aos nipônicos, principalmente na área educacional, como bolsas de estudo, possibilidade de integrar grupos de pesquisas no exterior, ser professor de escolas e universidade públicas e de projetos na JICA (Japan International Cooperation Association) e n.a JICE (Japan International Cooperation Center).
No mais, acho que ninguém vai virar japonês só porque ganhou um novo passaporte. O quem tem lá dentro do coração, as relações com a sociedade, as identificações com a cultura e algumas outras coisas é que "marcam" se o cidadão é isso ou aquilo. Não tem nada a ver em ser naturalizado ou não.
É saber que tudo tem as suas vantagens e desvantagens, e de que é importante saber aproveitar as boas oportunidades que surgem no decorrer da vida, independente de qualquer coisa. Tem alguma coisa também de objetivos e sonhos.
JICA