Estou passando por um período ao mesmo tempo interessante e cansativo. Tenho um filho adolescente que está se preparando para mudar de patamar. Ele deixará de ser um menino do colegial para ingressar numa universidade. Passou o ano inteiro praticamente só estudando. Deixou até a equipe de vôlei em meados de abril somente para dedicar aos livros. Fez um curso especial de matemática, seu ponto fraco, e o restante das matérias estudou sozinho. Ficava sentado em sua mesa todos os dias até quase meia noite, mesmo depois das aulas de gramática e conversação em inglês que terminavam sempre tarde. Comprou uma batelada de livros preparatórios, aqueles que dão algumas dicas para passar no vestibular, além de consultar dados estatísticos sobre a carreira que escolheu.
Todos os dias, para lhe fazer companhia, ficava ao seu lado numa outra mesa navegando pela Internet, sem incomodá-lo. Quando percebia que ele estava cansado, convidava-o para dormir, pois no dia seguinte eram as aulas curriculares do colégio.
Ele optou por prestar vestibular numa universidade ranqueada entre os top 30 do mundo, e para isso preparou-se com afinco.
Eu sempre disse para ele que a preparação para um exame do porte escolhido era uma atividade para ser feita pela família e não somente por ele. Logicamente que ele seria o personagem central, estudando, pesquisando e buscando soluções, mas na retaguarda estariam nós todos, com o carinho, a companhia, os almoços diferenciados, o respeito pela privacidade e o bom senso para fazer qualquer coisa. Até o meu filho caçula entendeu tudo isso e trouxe menos amiguinhos para brincar em casa, evitando assim barulhos e algazarras desnecessárias. O respeito mostrado até me comoveu.
Ainda restam mais alguns dias dessa experiência dolorosa e bacana, mas vou avisando que é fantástico vivenciar tudo isso como pai, sentindo orgulho de vê-lo preocupado com os gastos e com os sonhos que estão por vir.

Conhecendo a universidade