Beirada nipônica

Falta mão de obra

12 out 2014 às 04:52

Essa conversa já vem de longe, mas até agora não houve nenhuma solução. As indústrias precisam crescer, e por mais que os robôs façam o serviço pesado, ainda é necessária a mão humana para acertar os detalhes, e do jeito que tudo está concorrido e especializado, "acertar detalhes" é muito importante para competir.
O quadro se agrava quando vemos as médias e pequenas empresas. O resultado vem no preço final do produto, que fica mais caro.
Por falta de mão de obra, qualificada ou não, as grandes empresas passaram a oferecer salários mais altos atraindo trabalhadores e causando evasão, dificultando o preenchimento do quadro de trabalhadores das empresas menores.
Como o Japão ainda não possui uma política para incorporar as mulheres, donas de casas, aquelas que possuem filhos, mas que podem e quer trabalhar, o quadro fica ainda pior.
Quase a totalidade dos empresários afirmou que a falta de mão de obra pode prejudicar e encarecer o produto final, principalmente nas áreas de serviços e construção civil. Com a alta dos salários, a inflação pode ser maior do que o previsto.
O aumento no imposto sobre o consumo de 5% para 8% afetou as vendas e isso é nítido quando você vai ao supermercado, mesmo assim, o governo acha que em breve a produção industrial irá subir e precisará de mão de obra preparada para atender a demanda.
Na área governamental o assunto segue em pauta, mas na prática o que se vê são empresas recorrendo às empreiteiras para ajudar a sanar o problema. Essas mesmas empreiteiras que abandonaram seus trabalhadores na crise de 2008 deixando muitos deles sem moradia e salários. Essas mesmas empreiteiras que passaram a ser vistas como aproveitadores da crise.
Para chegar a essa situação, a coisa deve estar feia mesmo, porque não faz muito tempo ninguém em sã consciência contrataria uma empresa assim.
Enfim, as leis do mercado é que acaba determinando o que é bom ou ruim para nós. Falta mão de obra, mas faltam também cabeças pensantes que consigam encontrar equilíbrio entre tudo o que está ocorrendo. Senão os erros se repetirão e em breve voltaremos a ver um mundo de trabalhadores nas ruas reivindicando seus direitos apenas com gritos e protestos, que, diga-se de passagem, não serviram para nada.

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