São vinte anos consecutivos que o Japão lidera o ranking do país com a maior expectativa do mundo.
Não tenho a menor idéia de como, e dos motivos que levam a população a viver tanto. Uns dizem que é a alimentação, outros dizem que é genético, e muitos fazem um mesclado de várias coisas, como o hábito de manter os horários das refeições, o sistema de atendimento médico precoce e alguns aspectos emocionais típicos do pessoal daqui.
O que sei é que os "velhinhos" estão por todos os lados, e sempre muito dispostos. São eles que praticamente movem a economia, ajudando os fihos, participando ativamente no pagamento dos gastos escolares dos netos, viajando, fazendo compras, indos aos restaurantes, entre outras coisas.
Eles são ativos, regrados e muidto disciplinados. Acordam cedo, fazem os afazeres domésticos, limpam os jardins, consertam as cercas quebradas, trabalham como voluntários e praticam esportes.
A academia de ginástica que frequento, quase 70% são de aposentados que buscam saúde. A assiduidade impressiona, pois eles não faltam as aulas de musculação, ioga, aeróbica e outras modalidades existentes.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a média é 83.7 anos. Os homens tem a expectativa de vida de 80.5 anos, enquanto as mulheres sobem para 86.8 anos. Em seguida estão Espanha, Itália e Islândia.
É louvável ler que o pessoal está vivendo mais, e em muitos lugares melhor.
Mais esse aumento de expectativa também causa problemas. Um dos exemplos é que o sistema previdenciário atual já está saturado, e é certo que os jovens atuais não terão como receber a aposentadoria.quando chegarem a época. . Tempos atrás, havia 6 trabalhadores na ativa para 1 aposentado. Hoje, são apenas 1.4 trabalhadores para cada idoso. Outro aspecto é que, como as pessoas ficam mais tempo na ativa, o espaço para os jovens diminui, ainda mais num país onde a hierarqui é rígida, sem abertura para novas idéias e invenções.
Assim, os jovens acabam desistindo de ingressar nas empresas ,e a renovação não vêm. Sem dizer que existem muitos trabalhadores que já ultrapassaram a idade fixada para a aposentadoria mas continuam em seus cargos, menos por competência e mais por tempo de serviço. E o pior, é que muita vezes, eles é que dão às ordens. Ordens essas, na grande maioria das vezes, ultrapassadas para a época atual.
Os japoneses não possuem como hábito estudarem depois de formados. São pouquíssimos aqueles que fazem algum curso de reciclagem ou especialização. Sobem na hierarquia mais por tempo de trabalho, e por serem simpáticos com os seus superiores. Por isso, a geração antiga, apesar de terem dado imensas contribuições ao país, precisam se recolher para que a nova geração dê continuidade às inovações, pois é o que o Japão tanto necessita.
E toda a experiência acumulada ao longo da carreira, pode ser utilizada por empresas de consultorias, já que experiência é uma coisa que vêm com os anos, e isso, os idosos japoneses tem de sobra.
O respeito aos idosos é grande, e assim deve continuar, pois são eles que detém o conhecimento do passado, mas a nova geração precisa dar continuidade para que tudo o que foi construido até agora, seja ainda melhor. É esse o desafio.
Idosos e emoções