Enquanto a seleção nipônica retornava para casa e a seleção brasileira era eliminada pela Bélgica, o Japão passava por mais um desastre natural de grandes proporções.
Uma chuva torrencial caiu em praticamente todo território fazendo muitas vítimas e deixando centenas de desabrigados.
Por enquanto, os mortos chegam a 75 pessoas, com o mesmo número de desaparecidos. A tempestade atingiu com mais violência os estados de Hiroshima, Fukuoka, Saga, Tokushima, Ehime, Hyogo e Kyoto. Foram cinco dias de chuvas intermitentes, fortes como numa havia visto.
Especialistas dizem que situações como essas acontecem apenas uma vez em décadas, e foi acontecer justamente no retorno da seleção japonesa, que diga-se de passagem, foi recebido com muita festa. Parecia até que haviam vencido suas partidas de tantas homenagens que receberam.
Essa gratidão toda não foi porque os nipônicos foram espetaculares, foi porque proporcionaram alguns minutos de sonhos ao torcedores, principalmente quando venceram a Colômbia e quase deixaram a Bélgica para trás. Mas como desgraça pouca é bobagem, eles perderam faltando alguns segundos, e ainda terão que enfrentar juntamente com a população mais um período de reconstrução.
Não sei exatamente o que está acontecendo, mas nas últimas quatro semanas a natureza anda "nervosa" por aqui. Depois do terremoto que abalou a região de norte de Osaka, outros tremores foram sentidos em várias regiões do país, deixando o povo alerta, estressada.
Seguido dos estragos em Osaka, vieram dez dias de uma calor infernal, e agora uma chuva que mais parecia um castigo dos deuses (se é que não é). O resultado disso tudo será o aumento das frutas e verduras, que já não são nada baratas, e os milhões de ienes que serão necessários para reconstruir as cidades afetadas. Para as famílias que perderam vidas não sei nem o que falar, mas sei como dói.
Apesar de não termos praticamente nenhum assalto, nenhum assassinato, carros roubados beiram a zero e balas perdidas que não existem, sinto que não estamos tendo a tranquilidade de vida que se espera de um país tão seguro como é o Japão.
Da mesma maneira que os países "tradicionalmente" violentos, saímos de casa ressabiados porque não podemos assegurar que chegaremos de volta, pois não existe nenhuma forma de prevenir essas catástrofes. A violência aqui não o do homem contra homem, mas da natureza contra todos. E para conseguir viver diariamente com isso, somente a fé funciona.
Estragos da chuva