O Brasil não esteve bem nesta Copa. Venceu sem convencer dando sempre a impressão de que teve sorte, ajuda do árbitro ou torcida a favor, mas nunca o futebol propriamente dito. Particularmente gostei de alguns jogadores em sua primeira Copa como Luiz Gustavo, William, Oscar, Hulk, Paulinho e até Hernane, apesar do pouco tempo em campo.
Sem querer comparar uma coisa com a outra, o Japão foi infinitamente pior em seus três jogos da fase de grupos. Perdeu para Costa do Marfim e Colômbia, empatando com a Grécia que jogou a maior parte do tempo com dez em campo. Voltou mais cedo para casa debaixo de uma chuva de criticas, onde os "especialistas" falavam em rever os planos para a convocação de uma nova seleção, troca de treinador, mudanças na infra-estrutura e no apoio a base para aumentar a quantidade de possíveis craques. O povo em geral achou que faltou a selecionado nipônico um pouco de tudo, o que vem a ser mais garra, melhor esquema tático, velocidade, erros de posicionamento, criatividade, treinador inexperiente e o sumiço dos principais jogadores nos jogos mais importantes. Alguns até perceberam que foram ludibriados pelos resultados positivos, mas enganosos, dos amistosos antes da competição oficial.
Após a cacetada de 7x1 contra a Alemanha notei que as críticas contra os Samurais Blues diminuíram consideravelmente. O que mais se ouvia por aqui era: "se até o Brasil tomou uma goleada, então ser eliminado na primeira fase não é tão espantoso assim, pois a Seleção Brasileira era a favorita e nós uma grande zebra". Quer dizer, os japoneses se conformaram com o resultado da sua seleção observando a derrota de um dos favoritos. Nada mais melancólico do que um pensamento desses. Nivela as expectativas por baixo, sem avaliar a maneira como ocorreram os fatos. Lógico que perder é perder, não importa se de goleada ou de pênalti, mas ficar conformado porque outros também perderam é possuir espírito cinza, sem cor ou vida.
Até os apresentadores dos programas esportivos (pouco por aqui) estavam com os semblantes mais aliviados depois que Klose e companhia "mataram e mostraram o pau" nas semifinais. Era como quisessem dizer: "agora passamos a entender melhor o futebol, afinal perder não é o fim do mundo".
O jogo contra a Holanda confirmou tudo e os japoneses já esqueceram essa Copa do Mundo.

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