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Ainda não me acostumei

01 mai 2018 às 07:41

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Lí um comentário de uma brasileira que mora na Alemanha onde ela escreve algumas coisas que ainda não conseguiu se acostumar no país dos 7x0 em cima do Brasil. Importante ressaltar que ela está há apenas um ano na Alemanha. Ela comenta que os restaurantes não possuem lugares para não fumantes, que a língua é dificílima, que isso e aquilo.
Achei a matéria interessante porque eu, nesse tempo todo que aqui estou, nunca havia pensando no que ainda não me acostumei.
Mas foram necessários apenas alguns minutos para que eu fizesse mentalmente uma enorme lista de coisas e situações que não entendo. São muitas, mas citarei apenas algumas. Vamos lá.
- Em toda e qualquer piscina que você for sempre haverá um intervalo de 10 minutos, que será quando o relógio bater, por exemplo, 13:50min. Neste momento todos saem da piscina, e esperam o intervalo passar. Você pode ter entrado na piscina às 13:45min, terá que sair do mesmo jeito.
- São pouquíssimos os japoneses que jogam lixo (papéis de bala ou chicletes, por exemplo) no chão. Mas eles não se intimidam de jogar bitucas de cigarro em qualquer lugar, principalmente das janelas dos carros em movimento.
- Escovar os dentes ainda não está entre os hábitos cotidianos dos nipônicos. Eles preferem mascar gomas de diversos sabores para camuflar algum cheiro desagradável, mas já vou avisando que não conseguem. Mas se você entrar numa drogaria, haverá uma quantidade enorme de pastas, escovas e fios dentais, de todas as marcas nacionais e multinacionais. Eu nunca contei, mas posso garantir que só de pastas de dente deve haver mais de 20 tipos diferentes.
- O país com o maior número de idosos e centenários do mundo convive com a diminuição anual da densidade demográfica. Morrem mais pessoas do que nascem. E com tudo isso, o país é um dos líderes mundias em suicídios.
Tem mais, muito mais, mas prefiro não ficar pensando muito para não ficar desgostoso com esse país que me acolheu.
Logicamente que tudo por aqui é mais positivo do que negativo, e acho que não havia parado para pensar nas coisas que não entendo porque preferí levar meus olhos para as coisas boas, como por exemplo, a segurança pública, a praticidade no comércio, o investimento na educação, na imensa tecnologia que envolve o país, e por aí afora. Mas confesso que fazer uma reflexão "negativa" me deu um certo alívio, porque pude rever uma porção de situações, e quem sabe encontrar alguma explicação para tudo isso.

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