Pode ser um regra restrita ao Japão, pois o país possui algumas leis únicas. Uma delas é a devolução obrigatória do que você encontrou perdido ou esquecido em qualquer lugar. Seja lá o que encontrou, devolva rapidamente no primeiro posto policial para não ter problemas futuros.
Lí numa reportagem que um funcionário do governo encontrou 7 mil ienes (aproximadamente 70 dólares) numa lavanderia automática, provavelmente o troco esquecido por alguém. Como não há atendentes nesses lugares, ele ficou com dinheiro. Num momento seguinte, a pessoa que esqueceu o dinheiro retornou e analisou a câmera de segurança, chegando até o "ladrão". Ele foi punido com a redução de salário por alguns meses.
Outro punido foi um funcionário público, que achou mil ienes esquecido numa máquina automática num posto de gasolina. Foi preso após admitir que embolsou o dinheiro esquecido, mas jurou que não roubou nada.
Eu cresci ouvindo que "achado não é roubado", e já cheguei a dizer isso até para os meus filhos. Ainda bem que eles não me levaram à sério, e até brincam com o meu modo latino de pensar.
No Japão existe uma lei que obriga a devolver o que não lhe pertence, com pena de ano de prisão ou multa de até cem mil ienes (aproximadamente 1000 dólares).
O crime nestes casos é chamado de "roubo de patrimônio perdido ou extraviado", que em japonês é chamado de "sennyuu ridatsubutsu ouryouzai".
Conversando sobre isso, descobri que são nos 13 anos obrigatórios da escola japonesa que esses valores são ensinados, numa das matérias sobre civilidade e cidadania.
As escolas japonesas são praticamente em período integral, com as aulas começando às 8:30min e terminando às 15:30min. Em seguida começam as aulas extra-curriculares que são escolhidos pelos alunos. Alguns optam pela ciência, outros pela música, cantos, esportes e escritas em kanjis. Isso tudo termina por volta das 19:00h, quando a criançada volta para casa. No ensino fundamental, as refeições são fornecidas pelo governo, no ensino médio, cada aluno trás a sua marmitinha de casa. Dá um trabalho danado, mas saber que eles sairão melhor preparados para o mundo, pelo menos no aspecto moral, dá uma satisfação que nenhum cansaço faz desanimar.
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