O medíocre jogo do time de Dunga contra Portugal, em que os brasileiros conseguiram jogar pior até do que na estreia diante da fraquíssima Coreia do Norte, serve como exemplo bem acabado da fraqueza técnica e tática do time ``comandado´´ pelo ex-volante.
A ponto de ser fácil enumerar os motivos que levam quem gosta de futebol, e não do patriotismo barato típico desta época, a torcer para a seleção não ir longe na Copa do Mundo.
O primeiro motivo que desanima qualquer torcedor é o desfile de volantes em campo. Talvez por ter sido um mediano -- e esforçado -- jogador da posição, Dunga adora os marcadores do meio-campo. Hoje, mesmo improvisando o lateral Daniel Alves na proteção à zaga e sem poder contar com Elano, o técnico conseguiu a façanha de escalar ao longo do jogo um total de cinco volantes: Gilberto Silva, Felipe Melo, Josué, Júlio Baptista e Ramires. Além de Elano, apenas Kléberson, que completa a interminável lista de jogadores de contenção, não foi a campo hoje.
O segundo fator é a falta de variações táticas do time, que só sabe jogar no contra-ataque. E apenas quando Kaká está em campo, porque Júlio Baptista até tem vigor físico, mas não a capacidade de repetir as arrancadas que consagraram o titular.
O terceiro é a falta de qualidade técnica. Dos 20 jogadores de linha, apenas Lúcio (por mais incrível que possa parecer), Juan, Elano, Michel Bastos, Kléberson, Kaká, Robinho, Nilmar e, em menor medida, Gilberto e Luís Fabiano se notabilizam ao longo da carreira pela precisão de passes e a capacidade de driblar os adversários. Outros, como Maicon e Daniel Alves se caracterizam pela força, enquanto Gilberto Silva e Felipe Melo só devem ser lembrados pelos inúmeros erros de passe e falta de qualidade na saída de bola.
O quarto é a postura de Dunga, que nem merece comentários.
O quinto é saber que jogadores que poderiam fazer algo diferente, como Paulo Henrique Ganso e Ronaldinho Gaúcho, estão fora da Copa, apenas porque não fazem parte da ``família Dunga´´ e não rezam pela cartilha da CBF.
Fechando a lista, a constatação de que os quatro melhores jogadores brasileiros na Copa são os defensores Júlio César, Maicon, Juan e Lúcio. Ou o Brasil virou Uma Itália, ou uma Alemanha, ou tem algo muito errado nisso.