Mais até do que nas Copas de 1974, com a Holanda, e na de 1982, com o Brasil, o que se viu hoje em Barcelona foi um duríssimo golpe no futebol-arte.
Porque beirou o ridículo a retranca da Internazionale diante do Barça, com praticamente o time inteiro dentro ou nas proximidades da grande área.
O time italiano simplesmente não jogou, limitando-se a matar as jogadas da talentosa equipe rival. A rigor, apenas Júlio César teve algum destaque individual no lado milanista do jogo.
Mas, infelizmente, os espanhóis só conseguiram furar uma vez, e com gol em impedimento, a retranca adversária que faz o tradicional Ferrolho Suíço passar a ser considerado um esquema ofensivo daqui por diante.
Uma lástima, porque garante aos idiotas da objetividade, aqueles que gostam do time do Dunga, um argumento a mais para justificar a pobreza técnica em nome das vitórias.
Só que futebol não é só resultado e, mesmo que fosse, o Barça tem ganho muito mais do que perdido nas últimas temporadas.
Tomara que na Copa do Mundo vença uma equipe que goste de jogar e não uma que se limite a desarmar. Quase como o Brasil, que ao menos, ao contrário da Inter, ainda tem um forte contra-ataque para compensar o excessivo defensivismo.