O policial militar Bruno Carnelos Zangirolami, da 4ª Companhia Independente, foi interrogado na semana passada na 1ª Vara Criminal sobre a morte do adolescente Gabriel Sartori, 17 anos, em frente ao Colégio Estadual Maria José Balzanelo Aguilera, no conjunto Cafezal, zona sul de Londrina. O caso aconteceu em junho do ano passado. De folga, o PM, que morava em uma casa instalada dentro da escola, atirou no chão depois de tentar abordar o garoto e dois amigos dele. A suspeita é que eles tentavam pular o muro da instituição.
O tiro richocheteou na calçada e atingiu o peito de Gabriel, que morreu minutos depois. Durante o interrogatório, o policial disse que chegou a acionar o Siate. Ele contou à juíza Elisabeth Kather que se preparava para ir à igreja no dia em que tudo aconteceu. Antes de sair com a esposa, resolveu fazer uma ronda nas imediações do colégio com um cachorro. O animal teria puxado a coleira quando viu três jovens rente ao muro.
De acordo com o PM, um deles tentava pular pra dentro. "Eu tentei abordar, mas eles não obedeceram. Foi aí que saquei a pistola e disse: polícia! Mão na cabeça!". Zangirolami prossegue dizendo que o menino desceu do muro e os outros dois colegas teriam vindo pra cima dele. "Quando eles chegaram mais perto, atirei no chão pra tentar impedir que me agredissem ou tomassem a minha arma.", afirmou.
Após o disparo, os amigos de Gabriel correram e o policial retornou para a escola. "Depois que saí novamente, vi o garoto no chão", ponderou Zangirolami. Ele foi denunciado por homicídio de dolo eventual pelo Ministério Público. Para o promotor Ricardo Domingues, "o policial assumiu o risco de produzir a morte da vítima".
Além da ação criminal, Bruno Carnelos Zangirolami é alvo de um processo disciplinar interno da Polícia Militar. Ele é servidor da corporação há seis anos e atualmente responde o processo em liberdade. O policial teve o porte de arma limitado pela Justiça em julho. Na mesma decisão, foi determinado que ele cumpra apenas atividades admnistrativas.