O Nucria de Londrina, unidade da Polícia Civil especializada em crimes contra crianças e adolescentes, continua investigando um casal suspeito de agredir a própria filha, uma bebê de um mês, na madrugada do dia 30 de outubro. O caso aconteceu na zona sul da cidade. Os jovens foram interrogados na delegacia e negaram as agressões.
Os dois contaram à delegada Lívia Pini, responsável pela apuração, que tudo começou durante uma briga. No meio da discussão, o rapaz teria ameaçado sair de casa e ainda levar a bebê embora. Ele tentou pegar a recém-nascida, que estava nos braços da mãe. Após o empurra-empurra, ela teria caído no chão junto com a menina.
No dia seguinte, o casal disse ter procurado atendimento no posto de saúde do bairro. Eles alegam que a consulta não identificou nenhuma lesão. Uma semana depois da confusão, ou seja, no dia 7 de novembro, a avó, que trabalha na área da saúde, estranhou os machucados durante uma visita, desconfiando que a situação poderia ser muito mais grave do que se imaginava. "Quando ela foi trocar a fralda, viu o ferimento", informou a policial.
Ela levou a neta ao HU (Hospital Universitário), onde permanece internada até hoje. Lá, os hematomas foram constatados depois de um exame de raio-x. Segundo a delegada, o IML (Instituto Médico Legal), em um laudo preliminar, confirmou as lesões. Agora, a gravidade será detectada em uma nova análise. O inquérito aguarda os laudos complementares para ser concluído. Os pais estão soltos e figuram, pelo menos por enquanto, apenas como suspeitos, mas podem responder por lesão com violência doméstica.
Lívia Pini informou que a defesa pediu à Vara da Infância e Juventude que a criança, assim que sair do hospital, seja cuidada pela avó. Como o processo corre em sigilo, não foi possível consultar se a Justiça deferiu ou não a solicitação.
O Nucria deve abrir uma investigação paralela contra o pai. Há alguns anos atrás, ele teve um filho que acabou morrendo. "A versão é que esta criança teria se engasgado, mas quero confrontar isso com o que diz o laudo de necropsia. É importante para saber se houve ou não maus tratos", concluiu Pini.
A reportagem ligou no escritório da advogada Eliane Marcato, que defende a dupla, mas ninguém atendeu as ligações.