A segunda-feira foi de surpresas em uma das salas da 1ª Vara Criminal de Londrina. Mais de um ano após a morte do ciclista João Pedro Rodrigues da Silva, 18, atropelado no final de janeiro de 2017 na avenida Leste Oeste, o motorista que causou o acidente, Marcos Gelinski, foi interrogado pela Justiça. "Vou dizer a verdade", garantiu à juíza Elisabeth Kather antes do início da audiência.
Caso João Pedro - parte 2
O jovem retornava para casa, no jardim do Sol, zona oeste, pegar uma rede de vôlei quando foi atingido pelo Vectra conduzido por Gelisnki. O condutor fugiu sem prestar socorro. João Pedro sofreu um grave traumatismo craniano, chegou a ser levado à Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos, morrendo nove dias após o acidente. Quando foi preso, o acusado confessou ao delegado de plantão que havia ingerido pinga, versão alterada completamente no novo depoimento.
No dia anterior à batida que tirou a vida de João Pedro, Gelinski afirmou ter sido convidado para jantar na casa do cunhado acompanhado de sua esposa. O casal teria brigado porque ele não ficava empregado por muito tempo. "Eu tinha perdido o emprego há pouco tempo. A gente tinha aluguel, água, luiz e outras contas para pagar. A briga começou por causa disso", disse.
A novidade surge quando Gelinski é questionado pela juíza. "É mentira que você bebeu?". Sem pensar duas vezes, ele responde assentindo com a cabeça. "É sim, excelência. Eu falei isso pra polícia sob pressão. Eu não bebi. Eu não sou de beber assim. O meu cunhado tinha alertado que não iria ter bebida na casa dele por causa do filho pequeno", pontuou.
Gelinski saiu da casa do parente, no jardim Santa Madalena, zona oeste, perto das 3h30 do dia 22. A esposa saiu antes e teria ameaçado acabar com a relacionamento. "Eu não sei por qual motivo a empresa me mandou embora. A gente voltou a discutir, mas chegou um momento que não dava mais. Foi aí que eu peguei meu carro e decidi esfriar a cabeça", comentou.