Foi solto nesta semana, mais precisamente na quarta-feira (9), um homem identificado como Leandro de Souza e Silva, 33, suspeito de matar o enteado, um adolescente de 15 anos, no dia 1º de setembro de 2018. Segundo a polícia, o crime ocorreu perto das 21h na casa onde os envolvidos moravam, na rua João Batista Schiavo, jardim Beleville, região norte de Londrina.
De acordo com a Delegacia de Homicídios, tudo teria começado durante uma discussão entre Silva e a esposa, também mãe da vítima. Eles teriam brigado em um sábado de manhã porque, conforme depoimentos de testemunhas, o rapaz teria sido visto em um bar com outras mulheres.
Conforme o inquérito, já em casa, o conflito só aumentou. A mulher teria ateado fogo nas roupas do marido. O delegado Ricardo Jorge, responsável pelo caso, acredita que o menor tenha presenciado a briga desde o começo. Em certo momento de altíssima tensão, ela teria pegado uma faca para se proteger de Leandro Silva.
O adolescente pegou o objeto das mãos dela, mas ele foi empunhado pelo suspeito. A Polícia Civil sustenta que, para proteger a mãe, agora desarmada, a vítima teria ficado na frente dela quando recebeu o único golpe, fatal e que acertou o coração. Ele morreu a caminho do hospital.
O advogado de defesa Salir Pinheiro Júnior negou que enteado e padrasto tivessem uma relação conturbada. "Foi um fato isolado na vida do Leandro. Ele é trabalhador e sempre teve uma conduta irrepreensível perante a socidade. As próprias testemunhas disseram que a ligação afetuosa era muito boa. Era quase um vínculo de pai e filho legítimos", disse.
Ele também descartou que Silva tentou matar o adolescente. "Não empunhou nenhuma faca", relatou. Depois que a morte foi confirmada, Silva fugiu do local "para evitar que fosse linchado", como informou Salir Júnior. Três dias se passaram e ele se apresentou com seu defensor na sede da Delegacia de Homicídios.
A polícia indiciou Leandro Silva por homicídio qualificado pelo motivo fútil. O mandado de prisão preventiva saiu em 7 de janeiro - última segunda - e foi cumprido por investigadores da DH no mesmo dia.
Na terça, a juíza da 1ª Vara Criminal, Elisabeth Kather, revogou a decisão sob a justificativa de que "a liberdade do réu não representa um descrédito à Justiça e que, até o presente momento, não teria ameaçado testemunhas ou familiares da vítima", escreveu a magistrada.
Para Ricardo Jorge, "o fato dele (Leandro) não ter socorrido a vítima e não ter colaborado com a investigação, pois negou que estivesse com a faca, recomenda que a prisão cautelar seja decretada para garantia da ordem pública em razão do desvalor da ação e da grave violação ao ordenamento jurídico".
A defesa reconheceu que a situação "representa um crime grave, mas é preciso ter muita cautela para identificar quem seria o autor. Daqui pra frente, vamos esmiuçar todas as provas trazidas na investigação policial para provar que ele não teve participação", completou o advogado.