Ficar na rua sem bateria é um verdadeiro pesadelo para qualquer motociclista. Além do aborrecimento, a situação pode acarretar prejuízo financeiro. Com o aumento de componentes eletrônicos nas motos, é maior o risco de danificar algum item por falta de energia.
Pode ser um simples painel digital de uma Honda CG 160 Start, o sistema de suspensões eletrônicas que se ajustam de uma big trail, como a Triumph Explorer 1200, ou o banco com sistema de aquecimento de uma Harley-Davidson CVO Limited. Seja qual for o tamanho da motocicleta, aquela velha artimanha de fazer uma ponte quando a bateria morre, a famosa "chupeta", não é o recomendado.
Ao escolher a bateria ideal para a motocicleta, é importante que o proprietário preste atenção ao CCA ou aos amplificadores de partida a frio. Um CCA alto proporciona uma partida mais fácil em condições desfavoráveis.
Leandro Mello, piloto profissional e jornalista de testes de motocicletas, também apresentador do programa Auto Esporte da Rede Globo e editor da revista Duas Rodas, destaca outros pontos importantes.
"Uma das primeiras coisas a observar é a garantia. Se a fabricante oferece um prazo mais longo, significa que há uma confiança maior sobre a qualidade do produto. A apresentação também deve ser levada em consideração já que modelos que apresentam imperfeições no acabamento e manchas ao redor dos terminais podem revelar baixa qualidade.
O peso elevado pode ser um ponto positivo, por indicar maior concentração de chumbo nas placas, o que reflete em eficiência e longevidade”.
Leandro Mello cita como exemplo a marca de baterias Motobatt.
"Enquanto a maioria das fabricantes oferece apenas três meses de garantia, a Motobatt oferece o dobro e isso traz confiança para o comerciante e o distribuidor. O CCA das baterias Motobatt é maior e o seu sistema com quatro polos garante a disponibilidade do modelo ideal para cada motocicleta, com facilidade na instalação de acessórios”, comenta.
A bateria tem muitas funções além de fornecer energia para o motor de partida. Sistema de iluminação, ignição eletrônica e bobinas, auxiliares de pilotagem, sistema elétrico, eletrônicos e uma grande variedade de acessórios consomem uma pequena corrente, mesmo quando a moto está desligada. A bateria alimenta todos esses sistemas, ou seja, a boa qualidade é obrigação para qualquer motocicleta moderna.
A tecnologia mudou bastante com o tempo. Leandro Mello lembra que antigamente as baterias eram comercializadas secas. "Era preciso adicionar uma solução composta por ácido e água que exigia manutenção por conta da evaporação.
Com o passar dos anos, as baterias evoluíram para o tipo selada, em que o material separador das placas possui propriedades maiores de absorção, o que reduz a evaporação da água contida na solução.
Atualmente, as baterias para as motos de baixa cilindrada são do tipo gel e vêm prontas para uso direto da fábrica; não sendo necessária adição de água ou solução”. Já as de altas cilindradas contam com a tecnologia AGM, que utiliza separadores de lã de vidro que absorvem a solução eletrolítica.
A durabilidade de uma bateria está relacionada a vários fatores como a frequência de uso, utilização ou não de mantenedores de carga, condições do sistema elétrico (alternador, retificador, chicote elétrico, etc) e até a temperatura ambiente. "Uma bateria pode durar de uma única semana até longevos sete anos.
Por isso, é importante manter a motocicleta em boas condições e utilizar mantenedores de carga no caso da pouca utilização”, diz Leandro.
Em caso de necessidade de carregar a bateria, o ideal é que seja utilizado o carregador de bateria específico para motocicletas e que a sua capacidade de carga seja, em média, 10% da amperagem da bateria.
Para facilitar o processo, as fabricantes de baterias como a Motobatt disponibilizam carregadores de bateria inteligentes, que fazem uma flutuação de carga para evitar o superaquecimento que pode acarretar na redução de produção de eletricidade da bateria por aceleração da corrosão das placas de chumbo ou fervura do gel ou solução ácida contida em seu interior.