Famosos

Lázaro Ramos exibe ponto de vista sobre discriminação e formação de identidade

10 jun 2017 às 11:34

Foram dez anos de maturação, período marcado por muitas dúvidas, algumas certezas, mas uma convicção: estabelecer um diálogo franco com os leitores sobre pluralidade cultural, racial, étnica e social. Um trânsito de gêneros que também marca a carreira de seu autor, Lázaro Ramos - aos 38 anos, ele não só se consolidou como um dos principais atores brasileiros como também solidificou a imagem do artista preocupado com questões da sociedade. É o que marca Na Minha Pele, livro que a Companhia das Letras lança na próxima semana e no qual Lázaro convida o leitor para uma conversa franca, mas agradável, na qual compartilha suas experiências pessoais e, principalmente, suas reflexões sobre temas caros, como a importância que se dá à pele que nos habita.

"Quando comecei, nem sabia qual era o assunto sobre o qual iria escrever", comenta Lázaro, convidado há dez anos por Isa Pessoa, então editora da Objetiva, para publicar um livro. "Primeiro, busquei dados oficiais (do IBGE, Ipea), mas o livro ficou duro. Voltei então à ilha do Paty, onde nasci, na Bahia, para conversar com amigos de infância e parentes mais velhos, a fim de buscar inspiração. Começou a surgir uma costura de assuntos, mas a ordem cronológica me incomodava - parecia uma palestra." O clique surgiu a partir da experiência com o programa Espelho, que Lázaro apresenta há 12 anos no Canal Brasil e no qual assuntos pertinentes são tratados por meio de uma boa conversa.


Na Minha Pele, portanto, é um caldeirão no qual se misturam autobiografia e diário, costurados por uma escrita sincera, que impressiona por tocar em assuntos delicados de forma direta, por falar de intimidades que incomodam e emocionam. Lázaro conta que o nascimento dos filhos João Vicente e Maria Antônia, além de seu casamento com Taís Araújo, atriz que cada vez mais conquista respeito pela solidez de seus argumentos, foram momentos que o ajudaram a consolidar a forma de pensar questões urgentes para sua vida e para o Brasil, país cada vez mais desigual.


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