Nair Bello se foi, Dercy ficou. Ronald Golias se foi, Dercy ficou. Bussunda se foi, Dercy ficou. Outras centenas de humoristas passaram, Dercy Gonçalves, um século de vida no dia 23 de junho, continua firme, forte e desbocada. A artista carioca, ícone do humor nacional, chega aos 100 anos impressionantemente lúcida e ativa. E vai a programas de TV, cerimônias e festas com a mesma desenvoltura que tinha há 70 anos. ''Estou viva, né, porra?'', resmunga.
O ciclo de homenagens começou nesta semana com o lançamento do ''DVD Dercy 100'', produzido por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni. A tarde de autógrafos, ontem, estava marcada para ser no salão do amigo e cabeleireiro Julinho do Carmo, em Santo André, na região do ABC Paulista. Em junho, as celebrações continuam por todo o País, com destaque para a grande festa em Santa Maria Madalena, cidade natal da humorista, no dia 23 de junho.
''Dercy 100'' é um documentário com 40 minutos de duração que narra a polêmica trajetória da artista, com depoimentos dela e de colegas como Faustão e o próprio Boni, entremeados por cenas da atriz no cinema, teatro e televisão. A produção independente tem 5 mil cópias e vem sendo vendida por Dercy em eventos por R$ 20.
''Ela me chama de filho, por isso, pensei em uma forma de homenageá-la'', conta Julinho. ''Contratei um perfumista e desenvolvi uma fragrância especial, apimentada e suave, chamada Perfum Poiuré D'Dercy. Serão 600 frascos, distribuídos apenas aos amigos dela'', diz o cabeleireiro, que ostenta uma tatuagem com o rosto da atriz na região da cintura. ''Para o dia 23 de junho, preparei uma peruca especial para ela, com fios de ouro 24 quilates entrelaçados''.
Segundo o amigo, Dercy ainda guarda outra surpresa: uma turnê de quatro espetáculos em Miami (EUA), em julho.