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Corpo da atriz Cleyde Yáconis será velado nesta tarde

16 abr 2013 às 08:07

Será velado na tarde desta terça-feira (16) o corpo da atriz Cleyde Yáconis, em Cajamar (SP). A artista, de 89 anos, morreu na tarde de segunda (15) no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista. Segundo nota da instituição, ela estava internada desde outubro de 2012.

Com mais de 30 anos de carreira, Cleyde Yáconis ganhou popularidade em vários papéis na teledramartugia, mas teve atuação consagrada no teatro, onde iniciou a profissão, na década de 1950, sob influência da irmã, Cacilda Becker. Ela sofreu a repressão da ditadura militar e foi presa pela atuação na peça Vereda da Salvação, texto de Jorge Andrade, que retravava o conflito pela terra, em 1964. Entre os colegas de palco estavam Raul Cortez, Stênio Garcia e Lélia Abramo.


Nascida em 14 de novembro de 1923, no município de Pirassununga, no interior paulista, Cleyde Becker Yáconis conseguiu driblar a dura fase de uma infância pobre após a separação de seus pais. Com incentivo da mãe, uma professora, estudou o curso normal, depois fez enfermagem. Ela desistiu de fazer medicina para se tornar atriz.


O começo foi quase por acaso, em 1950, quando trabalhava no guarda-roupa do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), para onde foi levada pela irmã Cacilda Becker. Sem qualquer pretensão de encenar, acabou substituindo a atriz Nydia Licia como o personagem de Rosa Gonzalez, em O Anjo de Pedra, de Tennessee Williams.


O trabalho dela ganhou o reconhecimento após integrar a equipe de Ralé, de Máximo Gorki, que lhe rendeu o prêmio de atriz revelação do teatro paulista, da Associação Paulista de Críticos Teatrais (APCT), em 1951. Dois anos depois, obteve o primeira grande chance de ser protagonista da peça Assim É Se Lhe Parece, de Luigi Pirandello, como Senhora Flora, papel que resultou no Prêmio Governador do Estado como melhor atriz do ano. Novamente recebeu, em 1955, o prêmio Saci de melhor atriz em Maria Stuart, de Schiller.


De 1950 a 1964, Cleyde atuou em 35 peças no TBC. Entre elas estão Santa Marta Fabril S.A., de Abílio Pereira de Almeida (1955); Adorável Júlia, de Marc-Gilbert Sauvajon (1957); e A Morte do Caixeiro-Viajante, de Arthur Miller (1962). Em 1965 – ano em que interpretou a prostituta Geni, de Toda Nudez Será Castigada, de Nelson Rodrigues, e ganhou o Prêmio Molière – participou do grupo fundador do Teatro Cacilda Becker, ao lado da irmã homenageada ao ter o nome imortalizado no novo espaço teatral, e ainda de Ziembinski, Walmor Chagas e Fredi Kleeman.


Em 2005 foi indicada para o Prêmio Shell de Teatro, por sua interpretação em Cinema Éden, de Marguerite Duras, dirigida por Emílio Di Biasi.


Além do teatro e da televisão, a atriz participou dos filmes Na Senda do Crime, de Flamínio Bollini Cerri (1954); A Madona de Cedro, de Carlos Coimbra (1968); Parada 88 – O Limite de Alerta, de José de Anchieta (1977); Dora Doralina, de Perry Salles (1982); e Jogo Duro, de Ugo Giorgetti (1985).

Já na televisão, foi uma das precursoras da teledramartugia pela TV Tupi e depois na Rede Globo de Televisão e na Rede Record. Entre as novelas de que participou estão O Amor Tem Cara de Mulher (1966), Mulheres de Areia (1973), Gaivotas (1979), Rainha da Sucata (1990), Vamp (1991) e As Filhas da Mãe (2001).


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