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Carro do príncipe Charles é atacado por manifestantes

10 dez 2010 às 09:18

Manifestantes em Londres que protestavam contra o aumento nos custos do ensino universitário atacaram nesta quinta-feira (9) o carro em que o príncipe Charles e sua mulher, Camilla, trafegavam.

Os manifestantes atiraram uma lata de tinta ao veículo, quebrando uma de suas janelas, enquanto ele se deslocava até o tradicional teatro London Palladium, no centro da cidade.


O príncipe e Camilla não se feriram e mantiveram os planos. Ao chegar ao teatro, os dois aparentavam tranquilidade.


O primeiro-ministro britânico, David Cameron, classificou o ataque ao carro do príncipe como "chocante e lamentável".


Aumento dos custos


Os protestos se acirraram após o Parlamento britânico aprovar, nesta quinta-feira, os planos do governo de aumentar os custos da educação universitária na Inglaterra.


Segundo a polícia, 12 policiais e 43 manifestantes se feriram.


O comissário da Polícia Metropolitana, Paul Stephenson, diz que haverá uma "investigação muito séria e muito detalhada" sobre os distúrbios, nos quais 22 pessoas foram detidas.


Os manifestantes, que enfrentavam a polícia com paus e tochas, atearam fogo em bancos de praças e decapitaram uma estátua de Winston Churchill.


A superintendente-chefe da Scotland Yard, Julia Pendry, disse que os policiais tentavam evitar que os protestos se espalhassem para outras regiões da cidade.


Projeto


Pelo projeto aprovado pelo Parlamento, o piso das anuidades dos empréstimos em universidades inglesas passaria de 3.290 libras (R$ 8,9 mil) para 6 mil libras, e algumas universidades poderiam cobrar até 9 mil libras em "circunstâncias excepcionais" - se oferecerem, por exemplo, bolsas e programas que incentivassem estudantes mais pobres a cursá-las.


O empréstimo poderá ser quitado quando o estudante estiver ganhando um salário anual a partir de 21 mil libras.


Antes da votação, o vice-premiê, Nick Clegg, disse que os contrários aos planos seriam "sonhadores" e que era justo pedir para que os estudantes paguem mais em um momento de corte de gastos públicos.


Simultaneamente aos protestos em Londres, outras universidades britânicas organizaram manifestações e vigílias em reação à votação.


A votação ocorreu após semanas de divisões políticas e protestos estudantis.


O presidente da União Nacional de Estudantes, Aaron Porter, disse que as alterações nas cobranças encarecerão as universidades britânicas e que seus empréstimos serão um fardo de duração mais longa para os estudantes, mesmo quando já tiverem dinheiro para pagá-los.


Dentro do Parlamento, o ministro de Negócios, Vince Cable, disse aos parlamentares que as novas taxas são justas e que manterão a qualidade do ensino universitário, ao mesmo tempo em que "combaterão o deficit fiscal e proverão um sistema mais progressivo de contribuições graduais baseadas na habilidade das pessoas em pagar (os empréstimos)".


As manifestações universitárias têm sido recorrentes desde que o projeto foi apresentado, no início de novembro, em meio a planos governamentais de cortar em até 40% o orçamento para a educação superior.


O aumento nas taxas de empréstimos universitários valerá exclusivamente para os estudantes na Inglaterra. Estudantes galeses não pagarão taxas maiores.

Na Escócia, não há empréstimos estudantis, e a Irlanda do Norte ainda não definiu como responderá aos aumentos nas taxas, caso esses sejam aprovados em Londres.


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